segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Mário Belo, em Paracambi: região vive isolada e distante

Encravada entre montanhas, a 80 quilômetros da área central do Rio, a localidade de Mário Belo, em Paracambi, parece ter parado no tempo. Com apenas dez famílias que insistem em viver distantes dos grandes centros, a área diminui a cada ano. Duas situações teriam contribuído para a extinção de Mário Belo: o fim da linha de trem de passageiros que passava pelo local e a troca do proprietário da fazenda que dava emprego a boa parte dos moradores.
Os estudantes do único colégio da região: isolamento
foto: Cleber Junior O Extra
A escola municipal que leva o nome da comunidade é o maior exemplo da situação do lugar: tem apenas três alunos, uma merendeira e uma professora, que também é diretora.
— Mário Belo já foi bem movimentada na época do trem. Mas a linha acabou na década de 90 e quase todos foram embora. O local é muito isolado — conta o produtor de bananas Jair do Amaral Lúcio, 44 anos, que nasceu, casou e criou os dois filhos na comunidade.
Acesso difícil
Para se chegar à localidade é preciso cruzar uma estrada de terra, separada por três porteiras e dois pontilhões. A única via de acesso. A outra, só se aventurando pela linha dos trens de carga. O isolamento é tão grande, que todos os sons ficam ainda mais salientes, do canto dos pássaros ao córrego que circunda a região.
Da estação de trem, sobraram as ruínas. A igreja virou um casarão abandonado. E há cerca de cinco anos, o posto de saúde fechou as portas. A escolinha com mais de 70 anos de existência acabou se tornando o único ponto de referência dos moradores. E Tânia Maria do Nascimento, 46 anos, se esforça para manter a atenção dos três estudantes de séries diferentes.
Enquanto Cleiton Santos, quatro anos, cursa o primeiro período da Educação Infantil, Pedro Henrique Dutra, cinco anos, faz o segundo período, e Thaís Ramalho, 12 anos, o quarto ano do ensino fundamental. Todos na mesma sala de aula.


De Aline Custódio
Informações: Jornal O Extra